Essa semana, na minha seção de cinema caseiro, assisti ao notório “A Ilha da Garganta Cortada”. Esse filme passava muito na televisão nos anos 90 e passou despercebido por mim muitas vezes, mas finalmente resolvi dar uma “assistida” nesse clássico.
“A Ilha da Garganta Cortada” é um filme de aventura pirata lançado em 1995, e é conhecido por ser um dos maiores fracassos de bilheteria da história do cinema. Dirigido por Renny Harlin e estrelado por Geena Davis e Matthew Modine, o filme é lembrado não apenas por seu desempenho decepcionante nas bilheterias, mas também por ser o golpe final que levou a produtora Carolco Pictures à falência e fez os estúdios colocarem o gênero de piratas na gaveta por quase 10 anos até Johnny Depp finalmente reviver a mitologia com Piratas do Caribe.
O filme conta a história de Morgan Adams, uma aventureira que herda uma parte de um mapa de tesouro de seu pai, um bucaneiro. Auxiliada por sua tripulação, ela embarca em uma busca pelo tesouro e pelo navio de seu pai. No entanto, ela enfrenta vários inimigos, incluindo o governador, e só pode contar com alguns membros da tripulação e seu escravo como aliados.
Apesar de sua premissa emocionante e elenco estelar, “A Ilha da Garganta Cortada” foi um fracasso retumbante nas bilheterias. Com um orçamento de produção de US$ 98 milhões, o filme arrecadou apenas US$ 10 milhões em todo o mundo. Este desempenho desastroso resultou em uma das maiores perdas quando ajustada pela inflação na história do cinema, totalizando US$147 milhões.
O filme enfrentou uma série de desafios durante sua produção, sendo o mais impactante a saída de Michael Douglas e a subsequente contratação de Matthew Modine para substituí-lo. Navios à vela de madeira extremamente caros foram construídos e reconstruídos diversas vezes. O orçamento inicial de 60 milhões de dólares rapidamente disparou para as nuvens.
O filme também recebeu críticas mistas. Enquanto alguns críticos elogiaram os altos valores de produção, sequências de ação, locais de filmagem e trilha sonora, outros criticaram o roteiro, a atuação e as acrobacias irrealistas.
Apesar de seu fracasso comercial, “A Ilha da Garganta Cortada” teve um impacto duradouro na indústria cinematográfica. Ele é frequentemente citado como um exemplo de como um único filme pode levar uma produtora de cinema à falência. Além disso, o filme é notável por ser o último filme produzido pela Carolco Pictures antes de seu encerramento.
O filme foi o golpe fatal para a Carolco Pictures, uma produtora fundada pelos renomados investidores de cinema Mario Kassar e Andrew Vajna em 1976. A Carolco Pictures foi responsável por adquirir os direitos da franquia “O Exterminador do Futuro” e contratar James Cameron e Arnold Schwarzenegger para dirigir e estrelar “O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final”. A produtora também produziu grandes filmes como “Coração Satânico”, “Risco Total”, “O Vingador do Futuro”, “Chaplin” e “Instinto Selvagem”. No entanto, o fracasso de “A Ilha da Garganta Cortada” acabou com o impressionante histórico da empresa.
A Carolco desapareceu em 1996, após vender seus ativos para a 20th Century Fox por 50 milhões de dólares. O filme, que deveria ser a última chance da empresa de se recuperar de seus problemas de fluxo de caixa, acabou sendo seu fim.
Devido ao sucesso do filme, foi produzido um jogo baseado no filme, isso em 1995 para Snes, mas devido ao jogo ser muito difícil de ser terminados, muitos jogadores desistiram de jogar.
Em retrospecto, “A Ilha da Garganta Cortada” serve como um lembrete cautelar para a indústria cinematográfica. Embora o filme possa ter sido uma tentativa ambiciosa de criar uma aventura pirata emocionante, seu fracasso mostra que um grande orçamento e um elenco estelar não garantem necessariamente o sucesso. No entanto, apesar de seu desempenho decepcionante, o filme encontrou um público de culto e continua a ser apreciado por muitos fãs de cinema até hoje.