Última atualização em 7 de novembro de 2023
Essa semana finalmente consegui assistir à nova série da Amazon Prime, o Hotel Continental. Série bem dinâmica, com muita ação e aventura na medida certa.
Para quem nunca ouviu falar, um resumo da série
O mundo de John Wick está de volta! Mas desta vez, o protagonista não é o lendário assassino interpretado por Keanu Reeves, mas sim o hotel que serve de cenário para muitas das suas aventuras. O Continental: Do Mundo de John Wick é uma minissérie em três capítulos que estreou no Amazon Prime Video em outubro de 2023, e que explora a origem e os bastidores do hotel que funciona como território neutro para os membros do submundo do crime.
A série é ambientada na década de 1970, em Nova Iorque, e acompanha a história do jovem Winston Scott (Colin Woodell), que é arrastado para um passado que tentou esquecer.
O Continental: Do Mundo de John Wick é uma série que expande o universo criado nos filmes da franquia John Wick, que começou em 2014 e já arrecadou mais de um bilhão de dólares nas bilheterias mundiais.
Minhas impressões
Em relação ao tamanho da série, Cada um dos 3 episódios de O Continental se apresenta como um filme. O primeiro inicia a trama principal e mostra a origem dos personagens, o segundo passa para planejamento do golpe e a formação da equipe. O terceiro é praticamente uma história de vingança.
Ao fim do 3ª ato confesso que fiquei decepcionado. Da mesma forma que a Netflix falhou feio em tentar fazer um He-Man sem apresentar o He-Man, a Amazon não conseguiu fazer um John Wick sem John Wick.
A série tem alguns aspectos positivos, como a ambientação da época e as cenas de ação bem coreografadas e também apresenta personagens interessantes, além de explorar um pouco mais da mitologia do universo de John Wick, como as regras, as moedas e a Alta Cúpula, mas se compararmos com os filmes originais, ela perde completamente em qualidade e motivação.
O primeiro filme tem 101 minutos, e consegue, com uma premissa simples e breve, criar uma mitologia em volta do personagem e depois voltar a atenção para o hotel continental. Créditos para Keanu Reeves. Mas Colin Woodell (Winston Scott) não consegue trazer essa imagem para seu personagem. Realmente ele é um ator inexpressivo e o papel pedia esse tipo de perfil, mas ele exagerou. Não tem nenhum carisma para ser o centro da história. Ele é um personagem passivo, que apenas reage aos acontecimentos e não demonstra nenhuma evolução ao longo dos episódios.
A trama toda é levada pelos personagens coadjuvantes, pois Mel Gibson, que interpreta o vilão Cormac, está totalmente preso pelo roteiro, um extremo desperdício de talento. Praticamente vira um clichê de chefão do crime, que não tem nada de original ou ameaçador.
O terceiro problema é o roteiro, que é confuso, cheio de furos e inconsistências. A série tenta ser um thriller de crime dos anos 70, mas não consegue criar uma trama envolvente ou surpreendente. A série também não aproveita bem o potencial do hotel Continental, que é um dos elementos mais fascinantes da franquia. O hotel aparece pouco na série e não tem o mesmo charme e mistério dos filmes.
Em resumo, O Continental: Do Mundo de John Wick é uma série que decepciona os fãs da franquia e não consegue se sustentar por si só. A série tem alguns momentos divertidos e bem feitos, mas no geral é uma produção fraca, que não faz jus ao universo criado nos filmes.
Eu esperava mais dessa série. No próximo ano, o filme “Bailarina” fará uma segunda tentativa de extensão do universo, desta vez com a magnífica Ana de Armas como protagonista. Como primeira tentativa, “o Continental” precisa muito para melhorar, se realmente tiver algum tipo de continuação.
Prós:
– ótimas cenas de ação, dignas de filme.
– somente 3 episódios
Contras:
– episódios longos. O menor tem 1h20m.
– Sem o Keanu Reeves a franquia perde metade do charme.
Isso teria funcionado bem melhor como um filme de duas horas?
A franquia “John Wick” foi um grande sucesso mundial, que trouxe de volta o estilo ‘old school’ de se fazer filmes de ação. Todos os quatro filmes lançados são bem acima da média para seu gênero, com boa consistência em todas às obras, onde chega a ser difícil classificar à ordem de preferência dos filmes. Achei uma ideia super interessante de expandir a saga “John Wick”, com histórias de suas origens e a possibilidade de conhecer melhor personagens coadjuvantes dos filmes.
A minissérie conta a história de Winston Scott (Colin Woodell), personagem interpretado pelo ator Ian McShane nos filmes “John Wick”, aqui conhecemos seu irmão Frankie Scott (Ben Robson), personagem responsável por desencadear o conflito de seu irmão com Cormac (Mel Gibson). Outro personagem dos filmes que aparece aqui é Charon (Ayomide Adegun), que nos filmes “John Wick” é interpretado pelo já falecido ator Lance Reddick. A minissérie acerta em trazer personagens dos filmes, muito melhor do que iniciar algo novo com cem por cento de personagens desconhecidos. Desta vez, Winston Scott é protagonista.
A história se passa nos anos 70, com uma ambientação estilo underground bastante assertiva para o enredo da minissérie. Gostei muito do clima pesado que os locais passam, com os embates iminentes a todo o momento e, personagens com cara de poucos amigos… A pegada de ação é mantida aqui, principalmente no estilo de matar um inimigo, com dois tiros e mais um na cabeça para finalizar, marca registrada dos filmes “John Wick”.
Os episódios um e três entregam lutas empolgantes e mortes violentas, principalmente com os personagens Frankie e sua namorada; além dos antagonistas — os gêmeos. A ação não chega a ser do mesmo nível dos filmes “John Wick”, mas a essência está lá. O episódio dois destoa muito dos outros, acabou ficando exageradamente cadenciado, focando somente no planejamento de Winston e sua vingança contra Cormac.
Sobre os personagens — os que mais me agradaram foram os gêmeos, achei-os muito sinistros, se não me engano, ambos não falam uma palavra sequer, estão ali somente para representar na ação e dar muito trabalho para a equipe do Winston. Frankie é um personagem muito foda, é a versão John Wick dos anos 70, porém foi pouco aproveitado. O arco dos policiais para mim foi desnecessário, não faria muita diferença se eles não estivem na trama. Infelizmente teve forçação de barra em uma das personagens femininas.
Acredito que essa minissérie poderia ter tido mais episódios, pois teria sido interessante acompanhar com mais detalhes como funciona o conselho de senhores do crime da Alta Cúpula, quem sabe isso seja explorado numa possível 2ª temporada? Para quem reclama que os filmes “John Wick” são somente tiro, porrada e bomba — “O Continental” é uma boa alternativa para quem busca algo do universo “John Wick” mais focado em roteiro.
Nota: Esperamos que a próxima temporada seja tão eficiente quanto a serie “Banshee” (2013 – 2016).
Banshee é uma série de televisão dramática norte-americana criada por Jonathan Tropper e David Schickler, que atuam como produtores executivos, juntamente com Alan Ball, Greg Yaitanes e Peter Macdissi.
*Dica: Hunters (2020)