Os testes em humanos de uma vacina contra o coronavírus combinando o Sputnik V da Rússia com a vacina pela britânica AstraZeneca desenvolvida pela Universidade de Oxford devem começar no início de fevereiro, disse o presidente da farmacêutica russa R-Pharm à Reuters. Na entrevista a empresa disse que produzirá os dois imunizantes.
A AstraZeneca anunciou planos para explorar a possibilidade de trabalhar com cientistas em uma vacina combinada em dezembro, interpretada por Moscou como um voto de confiança em sua vacina.
Há poucos detalhes sobre onde e como os testes serão realizados, mas o presidente da R-Pharm, Alexei Repik, cuja empresa produzirá tanto o Sputnik V quanto o AstraZeneca, disse que os testes em humanos de uma vacina combinada devem começar no início do próximo mês.
Os testes acontecerão no Azerbaijão, Argentina, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Belarus e Rússia, segundo o presidente da R-Pharma, Alexei Repik. Uma fonte próxima ao Gamaleya Institute, desenvolvedor da Sputnik V, também disse que a Ucrânia estará entre os países participantes nas primeiras vacinações do teste que será no início de fevereiro,
Kirill Dmitriev, chefe do fundo soberano russo responsável pela comercialização do Sputnik V no exterior, havia dito anteriormente que a combinação das duas vacinas aumentaria a eficácia da injeção AstraZeneca.
Sua taxa de eficácia média foi de 70,4% em dados intermediários de estágio final, em comparação com mais de 91,4% em testes do Sputnik V, o que levou os desenvolvedores de vacinas russos a sugerir uma tentativa de combinar os dois.
Ambas as vacinas empregam duas doses, uma inicial e uma de reforço, e são baseadas em uma abordagem científica semelhante, usando vírus da gripe comum como vetor.
A mistura ou troca entre as vacinas COVID-19 é amplamente impulsionada pelo objetivo de vacinar o maior número possível de pessoas à medida que a pandemia avança.
Cerca de 100 voluntários devem participar das fases 1 e 2 dos testes, recebendo primeiro a vacina AstraZeneca e 29 dias depois, a Sputnik V. A ideia de misturar ou alternar as doses é uma maneira de aumentar o número de pessoas vacinadas contra a Covid-19. Ao mesmo tempo, a Rússia espera que, vendendo milhões de doses de sua vacina pelo mundo, ganhar influência geopolítica, especialmente em países em desenvolvimento.
Fonte: Reuters