Ao contrário daquilo que as séries de televisão nos mostram, os guerreiros viking não se protegiam com paredes de escudos (shield walls). Seja em “Vikings” ou em “The Last Kingdom”, muito provavelmente já ouviu a personagem principal gritar “Parede de Escudos!” à medida que os soldados entravam numa formação ombro a ombro, segurando os seus escudos de modo a que estes se encostem e sobreponham.
A verdade pode ser outra. De acordo com Rolf Warming, arqueólogo e investigador da Universidade de Copenhaga, os vikings não usavam paredes de escudos em combate. Um “escudo viking” típico era relativamente pequeno e leve, sendo usado como uma arma ativa.
Em entrevista ao portal dinamarquês Videnskap.dk Warming afirmou que:
“Há um mal-entendido generalizado entre entusiastas vikings e nós arqueólogos de que os vikings tenham usado escudo por escudo para criar uma formação cerrada em batalha”,
O investigador diz que a sua alegação é suportada por achados arqueológicos, textos escritos e técnicas de combate viking. Durante a sua pesquisa, Warming não encontrou evidências de que os vikings usassem realmente a parede de escudos em combate.
Para confirmar a sua teoria Warming equipou-se com uma roupa típica de combate nórdica para testar diferentes situações de combate. O escudo ficou severamente danificado quando foi usado da mesma forma que numa parede de escudos. No entanto, quando foi usada ativamente para bloquear golpes do inimigo, os danos revelaram-se menores.
Além do teste prático, Warming analisou uma série de documentos históricos da Idade Média e da Era Viking. Em nenhum deles havia referência à parede de escudos.
Os escudos vikings eram relativamente frágeis. De acordo com um exemplar quase completo encontrado em 2010, na Dinamarca, o escudo era feito de sete tábuas de abeto. Além disso, teria um diâmetro de 85 centímetros e uma espessura de apenas oito milímetros perto do centro e de cinco milímetros nas bordas.
Da mesma forma que os vikings não usavam capacetes com chifres, bebiam no crânio de seus inimigos e eram loiros, altos e de olhos azuis provenientes da Escandinávia, esta é mais uma ideia preconcebida errada sobre eles.
Os investigadores analisaram material genético extraído de restos humanos, que revelou que muitos vikings não eram loiros e muito menos escandinavos. Na verdade, muitos deles tinham DNA de pessoas do sul da Europa e da Ásia, por isso é normal que tivessem cabelo e olhos castanhos.
Fonte: portal videnskap.dk