YouTube vai combater teoria da conspiração ligando o 5G à pandemia

torre 5G incendiada

O YouTube anunciou no domingo que vai começar a limitar o alcance de vídeos que sugiram a ligação entre a tecnologia 5G à pandemia do novo coronavírus. Os conteúdos dessa natureza, segundo a empresa, podem não mais serem exibidos nas pesquisas da plataforma, além de perderem o direito à monetização.

A medida foi anunciada no dia 05 de abril (domingo), depois de relatos da polícia apontarem a depredação de mais quatro torres 5G no Reino Unido. Apenas nas principais cidades do país, o total de estruturas atacadas já chega a sete, com três delas sendo incendiadas a medida em que a conspiração começa a ganhar corpo por redes sociais, mensageiros instantâneos e, claro, o YouTube. Engenheiros que trabalham com a tecnologia também relataram ter sofrido ameaças.

Os primeiros relatos sobre a conspiração vêm de fevereiro, quando o 5G foi apontado como o sinal ativador do coronavírus. O patógeno é sempre citado como arma biológica, mas suas origens variam — às vezes o sentimento é antiamericano, mas em outras, o inimigo é todo o mundo ocidentral. A origem seria Wuhan, uma das primeiras cidades chinesas a ter parte de seu território coberto pela conexão (ainda em fase experimental no país).

Segundo o YouTube os vídeos não necessariamente quebram os termos de uso da plataforma, mas geram danos por meio da desinformação. O serviço pede que seus usuários ajudem a denunciar conteúdos desse tipo, cujos canais também serão menos recomendados aos espectadores.

Para piorar a situação celebridades estão compartilhando relatos e vídeos sobre a suposta ligação entre o 5G e o coronavírus, como o caso do ator Woody Harrelson que divulgou textos e clipes sobre a conspiração, incluindo um vídeo chineses derrubando torres com uma motosserra (na realidade, os vídeos eram de protestos em Hong Kong e a estrutura destruída é um totem de reconhecimento facial do governo). O boxeador Amir Khan e a apresentadora de TV Amanda Holden também são exemplos de celebridades que levaram a histeria adiante.

De acordo com o YouTube, milhares de vídeos desinformativos sobre a pandemia do coronavírus já foram removidos da plataforma desde fevereiro e outros vídeos mais brandos receberam um link à página levando a informações oficiais sobre a pandemia, de acordo com o país do usuário, sem citar que suas ações ganharam de limitação de alcance em 70% para os que permaneceram no ar.

Fonte: The Guardian

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