Mais um “deepfake”, o app Zao se torna viral, provocando uma reação imediata à privacidade
O App chinês e gratuito Zao insere seu seu rosto em programas de TV ou filmes, trocando o seu rosto com o de um ator, usando apenas uma única Self. A premissa é tão incrível que “viralizou” em pouco tempo. A Bloomberg relata que o aplicativo foi lançado na sexta-feira e rapidamente alcançou o topo do rank de aplicativos gratuitos na App Store chinesa do iOS. E, como o aplicativo de envelhecimento do FaceApp, os criadores do Zao agora enfrentam uma reação forte por representar uma ameaça à privacidade do usuário, já que o processamento do vídeo é realizado nos servidores da empresa.
https://twitter.com/i/status/1168081219768045569
O usuário do Twitter Allan Xia postou uma demonstração do que o aplicativo é capaz ontem, com um clipe de 30 segundos em seu rosto, substituindo Leonardo Dicaprio em momentos famosos de vários de seus filmes. De acordo com Xia, os clipes foram gerados em menos de oito segundos a partir de apenas uma fotografia. No entanto, a Bloomberg observa que para melhorar o resultado final o aplicativo também pode orientá-lo no processo de tirar uma série de fotografias – onde ele solicitará que você abra e feche a boca e olhos e com isso gerar resultados mais realistas.
https://twitter.com/AllanXia/status/1168049059413643265
Segundo Xia, o aplicativo oferece apenas um número limitado de clipes para você inserir seu rosto. O desenvolvedor do aplicativo provavelmente treinou seus algoritmos em cada um desses clipes para re-mapear facilmente o rosto de um usuário para eles, como especula Xia.
O aplicativo Zao demonstra a rapidez com que a tecnologia evoluiu: o que antes exigia centenas de imagens para criar um vídeo “deepfake” bastante convincente agora requer apenas uma única imagem, gerando resultados bem melhores.
A política de privacidade de Zao gerou uma reação quase imediata dos usuários, que bombardearam a lista de avaliações na App Store com milhares de críticas negativas. O aplicativo Zao lista o desenvolvedor como Changsha Shenduronghe Network Technology, que a Bloomberg observa ser uma subsidiária da Momo, uma empresa chinesa que possui um serviço de transmissão ao vivo e site de relacionamentos.
A política de privacidade inclui uma cláusula que diz que seu desenvolvedor obtém uma licença “gratuita, irrevogável, permanente e transferível” para todo o conteúdo gerado pelo usuário, de acordo com a Bloomberg. A empresa foi forçada a responder rapidamente às críticas e agora diz que não usará as fotos ou os vídeos de seus usuários para nada além de aprimoramentos de aplicativos sem o consentimento deles. Ele também apagará os dados do usuário de seus servidores quando os usuários excluírem seus dados do aplicativo.
É uma polêmica parecida com a que ocorreu como o aplicativo FaceApp no início deste ano, onde o desenvolvedor do aplicativo foi forçado a esclarecer sua política de privacidade e a oferecer aos usuários a opção de excluir suas fotos de seus servidores, se assim o desejassem. No caso do FaceApp, os comentaristas foram rápidos em apontar que a política de privacidade do aplicativo não era mais invasiva do que muitos dos aplicativos mais populares do mundo.
Fonte e imagem: The Verge.com