Segundo a empresa russa Wireless Lab o sistema elimina “maior parte” das imagens de seu banco após 48 horas do upload
O FaceApp, aplicativo russo que viralizou este mês ao oferecer a funcionalidade de envelhecer fotos de usuários, acumulou cerca de 150 milhões de imagens em seu banco de dados desde o lançamento, segundo o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), e de acordo com a revista Forbes esse número pode chegar a quase 200 milhões de rostos e nomes de pessoas.
Mais de 100 milhões de pessoas baixaram o aplicativo apenas no Google Play. O aplicativo agora é um dos mais bem classificado na iOS App Store em 121 países. Por conte desses números, na última quinta-feira (18 de julho), a Fundação Procon de São Paulo notificou o FaceApp e as empresas Apple e Google, proprietárias das lojas virtuais que disponibilizam o aplicativo. O órgão disse que as empresas deverão esclarecer as políticas de coleta, armazenamento, compartilhamento e privacidade dos dados disponibilizados pelos usuários que instalam essa funcionalidade em seus smartphones.
A polêmica chegou até a atingir a política norte-americana, onde um senador pediu ao FBI uma investigação do aplicativo.
Em face as polêmicas, a Wireless Lab, empresa desenvolvedora do aplicativo, informou que elimina a maior parte das imagens de seus servidores dentro de 48 horas após o upload. Não é feito, segundo o serviço, o compartilhamento para terceiros, mas as autoridades estão apreensivas por conta dos termos que são aceitos pelos usuários ao instalar o aplicativo.
Segundo os termos de uso:
O usuário concede “uma licença perpétua, irrevogável, não exclusiva, isenta de royalties, global, totalmente paga e transferível para usar, reproduzir, modificar, adaptar, publicar, traduzir, criar trabalhos derivados, distribuir, executar publicamente e exibir o Conteúdo do Usuário e qualquer nome, nome de usuário ou imagem fornecidos em conexão com o seu Conteúdo do Usuário em todos os formatos e canais de mídia agora conhecidos ou que venham a ser desenvolvidos no futuro, sem qualquer direito à remuneração para você”.
Mas segundo o MIT, é altamente improvável que o aplicativo russo use os dados dos usuários para treinar algoritmos de reconhecimento facial, mas cita outras possíveis maneiras de trabalhar essas informações, como por exemplo, a criação de deepfakes ( técnica de síntese de imagens ou sons humanos baseada em técnicas de inteligência artificial. É mais usada para combinar a fala qualquer a um vídeo já existente).