Os problemas complexos são atos exclusivos da natureza humana. Por mais ricos, felizes e realizados, sempre estaremos resolvendo coisas e sempre permaneceremos a procura de novos desafios, e para enfrentá-los o maior desejo do ser humano é melhorar a sua vida, seja nos campo físico, financeiro ou espiritual. Alguns enfrentam pequenas dificuldades, alguns resolvem problemas difíceis com facilidade e outros tem alguns aparentemente sem solução.
Mas, realmente existe uma fórmula mágica para resolver as “pendências” na vida?
Parece um contraste, mas uma das ações para inciar ou melhorar a maior parte de nossos processos na vida é olhar as tarefas e desafios de forma completa e assim enxergar os benefícios. Devemos parar de de vê-los de forma linear, apenas visualizando seu início, que é a parte mais difícil e trabalhosa deles.
Somos dois seres em um só: um hedonista e um prático.
Explicando melhor: sempre que você deseja algo, como por exemplo emagrecer, aprender a dançar, conseguir tocar um instrumento ou até trocar de profissão, a parte hedonista, que sempre procura prazeres fáceis e imediatos, começa a enumerar as dificuldades e colocar empecilhos na tarefa e com isso a parte prática, que a ouve bastante, acaba desistindo ou postergando o início desse desejo, frente as dificuldades levantadas pelo ego. As vezes chegamos ao ponto de não fazemos nada, ficar sentados no sofá vendo televisão ou simplesmente dormindo para evitar fazer algo que dê trabalho (o famoso “procrastinar”).
Mas o que não conseguimos enxergar nesses processos é que se ultrapassarmos essa dificuldade inicial não só vamos melhorar nosso dia-a-dia como também tornaremos nossa vida bem mais fácil em pouco tempo.
Estudos indicam que para aprender a maioria das habilidades humanas necessitamos em média de 20 horas de prática. Para aprender os passos básicos de uma dança por exemplo, são necessárias 10 semanas de aula (carga horária de 20 horas). O início é traumático: bastante vergonha, pisadas de pé, erros grosseiros e muito cansaço, mais na metade da jornada a coisa já começou a sair da inércia. E isso acontece com tudo na vida.
Outro exemplo: todo mundo quer fazer academia. Mas o problema maior é tempo e disposição. Colocar o tênis, a roupa, ficar em um ambiente por 6 horas, de suas preciosas 168 disponíveis na semana, para se matar, transpirar, ter a musculatura doída e exigida ao máximo desanima só de pensar. É muito melhor ficar longe dessa tortura. Mas vamos analisar os ganhos… Rapidamente as coisas vão ficando melhores, as dores passam e você começa a fazer amizade com os instrutores e com a “galera” de sua faixa etária. Algumas pessoas ficam até viciados na sensação boa que as endorfinas proporcionam ao corpo durante e após os exercícios.
O tempo que você iria perder indo a médicos por problemas relativos à vida sedentária será empregado em coisas mais importantes, pois seu corpo vai começar a ficar mais saudável além do benéfico aumento de velocidade de seu metabolismo. Com o tempo vai ter menos dificuldades para comprar roupas, já que seu modelo vai começar a se equiparar com o número padrão. Quem é solteiro(a) não vai precisar sofrer tanto para namorar pois a sua parte visual, que é seu cartão de visitas quando a outra pessoa não sabe nada sobre você, começa a ficar mais bem apresentado.
O tempo ínfimo gasto para esse início lhe poupa de muito tempo e preocupações no futuro. E esse modelo de iniciativa não é só para academia: no trabalho (é melhor gastar um pequeno tempo diário fazendo um bom trabalho que sofrer por meses com a possibilidade de ser demitido(a) por baixa produtividade), na educação (estudar um pouco cada dia lhe dará tranquilidade quando for fazer uma prova, mas se deixar para véspera do exame vai perder um dia ou mais tentando em vão estudar, sem contar o stress a que será submetido(a)), na vida pessoal (vencer a timidez lhe abrirá centenas de portas que lhe são fechadas para sempre por sua própria iniciativa), etc.
Vencer a inércia inicial é difícil e trabalhoso pois nossa vidinha rotineira é preciosa, e a última coisa que queremos é dificultá-la ou modificá-la por algo que não gere resultados imediatos (ainda mais hoje em dia com o culto ao “agora ou nunca”), mas a regra sempre é encarar as tarefas difíceis com coragem e fugir das “mais fáceis”, pois as aparentemente difíceis se tornarão a melhor escolha em pouco tempo.
E tenha certeza, se a coisa não começar a ficar prazerosa em 20 horas ou ela não é para seu perfil (nem todo baixinho pode ser jogador de basquete profissional), você não encontrou o instrutor certo ou está usando o método de aprendizado errado.