A Blu-ray Disc Association (BDA), grupo responsável pelo desenvolvimento e promoção do formato Blu-ray, anunciou nesta semana que finalizou a especificação Ultra HD Blu-ray, novo formato especialmente voltado para conteúdo em 4K. A associação pode agora conceder licenças para empresas desenvolvedoras de conteúdo e mídias usarem o novo formato.
Victor Matsuda, do Comitê de Promoção da BDA afirmou que:
“Faz anos, o Blu-ray definiu o padrão de filmes em alta definição e qualidade de áudio para uso doméstico. O Ultra HD Blu-ray fará o mesmo pelo entretenimento doméstico em UHD”.
O novo formato vai usar o codec de vídeo H.265 (HEVC) e vai modificar os discos físicos para terem a capacidade de 33GB por camada. Em discos com três camadas, a capacidade total pode chegar a até 100GB. Esse formato vai dar suporte a uma gama maior de cores, áudio em HD com padrões DTS:X e Dolby Atmos e resolução de 3840 x 2160 pixels (progressiva) a 60 quadros por segundo. (o Blu-ray atual suporta 1280 x 720p a 60 Fps ou 1920 x 1080p a 24 fps). O formato também irá suportar vídeo com High Dynamic Range (HDR) e utiliza um novo tipo de DRM para dificultar a pirataria.
O que são vídeos com HDR?
High Dynamic Range Rendering (também chamado
HDR Rendering ou simplesmente
HDRR) é um método de
renderização que utiliza
HDR (High Dynamic Range, ou
Grande alcance dinâmico) para calcular a
iluminação de cenas
computadorizadas com grande precisão e realismo utilizando
alcance dinâmico maior.
Filmes e
Video games recentes vêm adotando essa técnica, que utiliza mais recursos do sistema do que os métodos padrão de renderização, referidos agora frequentemente como
LDR (
Curto alcance dinâmico).
Uma das principais características da renderização em HDR é que os detalhes na cena com maior índice de contraste são preservados. Sem HDR (ou LDR), áreas da imagem muito escurecidas podem ficar completamente negras enquanto áreas muito claras ficam completamente brancas. Esses dois valores são normalmente representados pelo hardware como uma váriável de valores 0.0 para completamente negro e 1.0 para completamente branco. A companhia de fabricação de processadores gráficos (GPUs) nVIDIA resume os feitos do HDRR em três pontos:
- Áreas brilhantes podem ser realmente brilhantes;
- Áreas escuras podem ser realmente escuras;
- Detalhes podem ser vistos em ambas.
A renderização em HDR também afeta a forma como a luz é preservada em fenômenos óticos como reflexão e refração, bem como materiais transparentes como vidro. Na renderização de curto alcance dinâmico, luzes muito brilhantes numa cena, como o Sol, são limitadas a 1.0. Quando essa luz é refletida, o resultado deve ser igual ou menor a 1. Porém, em HDR, luzes muito brilhantes podem exceder a capacidade de brilho de 1.0 para assumir valores maiores. Isso permite que reflexões mantenham brilho realista para fontes de luz extraordinariamente brilhantes.
Fonte: Wikipédia
Para a reprodução dos novos discos Ultra HD Blu-ray,
será necessário adquirir um novo player compatível com este formato, que será também compatível com os padrões anteriores: Blu-ray tradicionais, DVDs e CDs.
Empresas como a Panasonic estão entusiasmadas com a tecnologia e já estão desenvolvendo protótipos de player de discos Ultra HD Blu-ray, que estarão disponíveis comercialmente no final de 2015.
Infelizmente acho que isso é uma das últimas tentativas de respirar da indústria de mídias físicas. O novo padrão criará discos ainda mais caros e oferecerá o mesmo conteúdo com “resolução” melhor, coisa que é difícil perceber, como aconteceu quando trocaram o DVD pelo Blu-ray.
Será que você terá disposição, paciência e dinheiro para trocar pela terceira vez sua coleção preferida de discos? E daqui a pouco a indústria irá adotar o 8K como padrão e mais uma vez toda a base deverá ser mudada.
O futuro sim está no Streaming, como a NetFlix ou a Apple TV fazem, um conteúdo barato, exclusivo e que não precisa de espaço físico para ser armazenado pelo usuário.