Quando falamos de extinção a primeira coisa que vem a mente são os dinossauros. Animais enormes que viveram na terra desde o período triássico até o final do período cretáceo, ou seja, de duzentos e trinta a 95 milhões de anos atrás. Contudo uma coisa interessante a falar é que antes dos dinossauros tiveram várias outras extinções em massa no planeta, tão intensas que em alguns períodos até 90% de todos os seres vivos desapareceram por completo da face da terra, por diversos motivos.
Desses animais talvez nunca saibamos como eram, pois seus corpos não eram resistentes o suficiente ao ponto de serem conservados por tanto tempo, pois em sua maioria eram seres microscópicos ou invertebrados.
De todas as extinções que aconteceram, a que vamos citar nesse artigo foi a primeira que os cientistas possuem algum tipo de evidência e talvez seja a única causada pelos próprios animais, (no caso do artigo, os estromatólitos). E, pasmem, foi de longe o maior extermínio de seres vivos que já se abateu sobre a Terra.
Como um ser tão pequeno acabou com toda a vida da terra?
1 –Como era a terra?
No proterozóico (3,5 bilhões de anos atrás), quando o planeta era jovem a atmosfera não possuía oxigênio. Era um ambiente hostil composto de dióxido de carbono, vapor de água, amoníaco, metano e óxidos de enxofre. Ela era aproximadamente 100 vezes mais densa do que a atmosfera atual. Como existia muito de dióxido de carbono, um primitivo “efeito estufa” impediu a terra de congelar. Nesse período a superfície era constantemente bombardeada por raios ultravioletas(não existia a camada de ozônio). O planeta era um imenso oceano completamente lotado de vida unicelular em sua maioria.
2 – Quem vivia nela?
Nesse período começou a vida na terra. A natureza era composta de bactérias.
- Estromatólitos:
rocha antiga formada por tapete de limo produzido por cianobactérias no fundo de mares rasos. Essas cianobactérias existem até hoje e são seres autotróficos (que são capazes de produzir seu próprio alimento) e tem sua primeira aparição a mais ou menos 3,5 bilhões de anos.
- Eucariontes:
são seres unicelulares com carioteca (membrana celular que envolve o núcleo) que evoluíram a partir dos procariontes. Esse grupo abrange animais, vegetais, fungos e protistas.
- Carófitas:
São vegetais primitivos começaram a evoluir no final do proterozóico com várias espécies.
- Seres unicelulares:
formas de vida dominante em todo o proterozóico e que deixaram marcas de sua existência em sedimentos.
3 – Como ocorreu o extermínio?
Os seres vivos eram formados por células que tinham uma camada externa forte o suficiente para proteger seu material genético da radiação ultravioleta que vinha do sol e incidia diretamente sobre eles, e assim travavam uma luta constante por alimento para conseguir energia e se manter vivos, através de reações químicas com compostos presentes na água. Nossos ancestrais dessa época, os estromatólitos, descobriram um jeitinho fácil de conseguir energia: como algumas proteínas que existiam em sua membrana tinham a propriedade de absorver os raios do sol, eles com o passar de milhares de anos evoluíram um processo que fazia essa proteína, usando a energia dos raios do sol, conseguir “roubar” um elétron da molécula de água, e assim ganhando energia sem esforço. Era o princípio da fotossíntese. Só que esse processo liberava no mar primitivo um átomo de oxigênio e o hidrogênio que sobrava era capturado pelo gás carbônico para formar outros compostos.
O oxigênio é um gás venenoso (tóxico) e oxidante. Com milhares de anos de produção em massa desse gás, os oceanos, que possuíam muito ferro dissolvido foram completamente oxidados (enferrujados), não servindo mais para alimentar as vidas que dependiam dele. O oxigênio depois de matar as vidas marinhas, subiu para a atmosfera alcançando o nível crítico de 10% de concentração (em 10 litros de ar, 1 era de oxigênio puro). O gás começou a corroer as membranas das células vivas das superfície, que ficaram expostas aos raios solares e acabaram morrendo, e assim acabando com toda forma de vida sensível a oxigênio. Todas com exceção dos estromatólitos, que já estavam a muito tempo adaptados a nova composição atmosférica e das formas de vida que viviam dentro do solo, isoladas da atmosfera.
Isso pode ter sido cruel, mais com o isolamento dos estromatólitos e a criação de uma atmosfera rica em oxigênio (O₂) e com o surgimento da camada protetora de ozônio (O₃) o planeta terra virou um ambiente propício para o nascimento da vida como ela é hoje, pois com a evolução natural as bactérias (provavelmente as procariontes) finalmente tornar-se mitocôndrias, mecanismos poderosos que geram energia através de respiração celular e proporcionaram o início da vida humana.