A fabricante de processadores Qualcomm está tendo enormes problemas com seu mais novo produto, o Snapdragon 810. O processador de 64 bits da empresa vem recebendo relatos de superaquecimento ao trabalhar em determinadas voltagens, problemas no SoC (abreviação de System-On-a-Chip, circuito que engloba todos os componentes do sistema em uma única peça física) que culminaram numa incompatibilidade com a GPU Adreno 430, incompatibilidade com alguns tipos de memória RAM, e algumas falhas de desempenho ao rodar os sistemas Android atuais. Alguns especialistas atribuem esses problemas a decisão precipitada do fabricante em utilizar tecnologias presentes no mercado, e não uma exclusiva, para entregar um produto de 64-bit em um tempo mais curto, de olho na demanda que existiria dessa arquitetura (pois as empresas que fabricam Android precisavam de um chip desse porte para fazer frente aos A7 e A8 presentes nos iPhones de 64 bits). [pullquote]O processador de 64 bits da empresa vem recebendo relatos de problemas de superaquecimento ao trabalhar em determinadas voltagens.[/pullquote]Pelo que as empresas divulgaram ele seria adotado inicialmente nos celulares Galaxy S6, LG G4, Xperia Z4 e no Motorola Droid de 64 bits.
Além da dor de cabeça que tiveram com a empresa Samsung, que desistiu de usar seu processador em seu mais novo celular Samsung Galaxy S6, de acordo com o site de reportagens GSMArena a empresa LG, que adotou o chip em seu aparelho G Flex 2, notificou a imprensa que teve problemas com o uso do componente mais que os mesmos foram resolvidos (mais teve o cuidado de não especificar o problema que enfrentou). Os problemas estavam presentes no primeiro lote de chips enviados para teste, mais de acordo com a empresa, os novos processadores enviados pela Qualcomm estão perfeitos e o contratempo não atrasou o cronograma de lançamento do Smartphone. Mesmo com as declarações da LG para acalmar os cliente e investidores, ela própria ameaçou processar a Qualcomm se a mesma produzisse um Snapdragon “Galaxy S6 Edition” para a Samsung, numa última tentativa de manter a parceria com a gigante coreana (LG considerou tal ato uma infração nas leis de concorrência e poderia minar profundamente as vendas do G Flex 2, pois isso iria gerar rumores de que o processador realmente era problemático).
De qualquer forma a Qualcomm tem a missão de resolver esses problemas, se existirem mesmo, o mais rápido possível pois a Samsung e a LG tem seus próprios processadores (que são produzidos em baixa escala, mais que numa emergência como essa podem suprir a demanda, como a Samsung fez aumentando o número de peças produzidas de seu Exynos 7420) e podem se dar ao luxo de desistir de embarcar o componente, mais empresas que montam produtos a partir de componentes de terceiros como Sony, Motorola e Microsoft sofrerão um atraso no lançamento de seus aparelhos.
Olhando para o futuro, essa decisão da Samsung de adotar o Exynos pode não ser definitiva para seus próximos lançamentos, pois seu parque industrial não dá conta da produção de tantas unidades, o que pode ser um aliado a Qualcomm para que volte a se reerguer depois desse grande golpe (não esqueçam que a Samsung é uma das maiores produtoras de Smartphones do mundo, e isso é um número de vendas a se considerar para qualquer empresa parceira).
conheça o Snapdragon 810, o pivô da polêmica
Apresentado ao mundo na CES 2015 o processador era cotado para ser o chip dos principais smartphones do ano de 2015. Em coletiva Derek Aberle, presidente da Qualcomm, afirmou que o processador teria desempenho 30% melhor e consome 20% menos energia que o seu antecessor.
Primeiro processador da empresa a usar a arquitetura ARM big Little de 64-bits. Ele é o coração da geração de aparelhos que podem trabalhar com vídeos em 4K, tanto enviando Streaming para as novas televisões com essa capacidade quanto exibindo na telinha do smartphone detalhes minúsculos, como fontes tão pequenas que algumas pessoas só poderiam vê-las colocando uma lupa na tela do celular.
Também melhorou as opções de segurança, como o mecanismo SafeSwitch, que inutilizam o celular por hardware em caso de roubo (vira um caro peso de papel) e criptografia de dados feita nas chaves mais complexas em tempo real.
As funcionalidades que vemos no Moto X que tem um processador dedicado a captura de sons estão presentes no processador: captura de som em tempo real e com a possibilidade de verificar a direção da fonte sonora.
E finalmente a característica que define o processador: os gráficos. A GPU do Snapdragon (Adreno 430) tem um desempenho gráfico 30% maior que a de seu antecessor, consumindo 20% menos de energia, o que significa gráficos impressionantes com menos geração de calor (o celular não vai torrar suas mãos quando estiver jogando Asphalt), mesmo nos dispositivos com telas gigantes, que exigem o máximo do sistema.