Última atualização em 2 de agosto de 2014
Este fim de semana curti esta super produção do cinema americano, o poderoso Fúria de Titãs. Infelizmente as críticas do filme não foram totalmente boas.
O filme é um remake de Fúria de Titãs, filme extraordinário de 1981. No filme vemos a história de Perseus (Sam Worthington, ator que ficou famoso pelo papel de um militar na animação Avatar) , semi-deus que descobre suas origens após a morte de seus pais adotivos durante uma batalha entre guerreiros de Argos e o deus Hades (Ralph Fiennes), travada nos mares da Grécia. Ele é o filho mortal de Zeus (Liam Neeson, de Star Wars I), mas recusa-se a aceitar tal condição. Contudo, para vingar-se de Hades ele aceita a missão e parte para uma aventura épica em busca de criaturas como a Medusa para buscar elementos que lhe dêem a chance de enfrentar e derrotar o monstro Kraken, que Hades despertará para destruir a humanidade.
Se fossemos resumir o filme ele seria uma produção de grandes contrastes. Visualmente falando o filme impressiona com os incríveis efeitos especiais que deixam o espectador com um nó na garganta, com a velocidade dos efeitos e os gráficos que beiram a perfeição digital, mais ao mesmo tempo deixam o filme extremamente artificial. Com excesso de 3D e cenas de computação exibe-se uma total falta de realismo e tem horas que parece que estamos jogando algum game PS2 como God of War e não vendo um filme (inclusive este visual século XXI do Perseus foi uma triste tentativa de fazer referência ao sinistro Kratos, anti-herói do game da Sony).
Mesmo com toda a tecnologia o filme não consegue bater o de 1981, que usando efeitos em stop motion (avançadíssimos para época, mais abolidos hoje em dia, tendo como último filme significativo o Wallace & Gromit: A Batalha dos Vegetais) imortalizaram os titãs e as criaturas da mitologia grega na mente das gerações que tiveram a oportunidade de ver este clássico.
Porque isso? Tenho algumas opiniões, acho definitivamente que Hollywood perdeu sua criatividade e está apostando somas gigantescas de dinheiro em refilmagens (remakes e reboots) de filmes que realmente são quase impossíveis de superar ao invés de investir e inventar coisas novas como acontecia na década passada. O filme perdeu todo o tom mitológico que existia. Os produtores simplificaram ao máximo a história de Perseus, numa total aposta na falta de inteligência do expectador atual e fizeram um filme divertido, intenso com ação do início ao fim, mais totalmente desconexo com a história original. Isso é péssimo pois deixa um filme que tinha tudo par a ser um épico de sucesso e imortal em uma produção descartável e que é concebida para arrancar uma bilheteria Record e depois sumir em uma prateleira de locadora.
A modelagem em 3D também deixou bastante a desejar. O filme foi filmado normalmente e depois convertido (num intervalo de mais ou menos oito semanas), e por isso muitas das cenas são forçadas, apelando as famosas cenas de túneis para demostrar que a tecnologia existe. Realmente quando acaba o filme o expectador fica se perguntando porque pagar mais caro ficar a exibição toda com os incômodos óculos para ter somente uma experiência mínima de imersão, ficando na maior parte só vendo as legendas 3D.
Não que o filme seja ruim, ele é totalmente divertido e prende o expectador, o que eu estou querendo dizer é que o roteiro pegou uma história milenar, com tons de profecia, vaidade, ira e dezenas de outras nuances que fazem da mitologia grega uma coisa fascinante e resumiu tudo em uma batalha do bem contra o mal, com vilão calculista e megalomaníaco (Hades), um governante ingênuo e sem iniciativa (Zeus) e um herói que hesita, faz doce mais depois parte em uma jornada onde ganha poderes do nada (Perseus)… modelo que vemos embutidas em TODAS histórias do cinema baseados na jornada do Herói (Matrix, Harry Potter, Star Wars, o Procurado, etc) e que realmente já estão ficando ultrapassadas e totalmente previsíveis.
RESUMO
Vá assistir sem medo! Diversão garantida em um fim de semana com seu par ou com a família. Para quem como eu é fã de carteirinha de Kratos, vai se identificar com muitas das situações do filme, mais aviso logo: não espere um clássico, um épico…. é um filme feito para cinema pipoca, sem a grandeza de uma obra eterna mais com diversos ingedientes da fórmula atual do cinema, que é divertir e não forçar demais a mente do espectador (pois Hollywood chega ao extremo de refilmar filmes japoneses para que o americano não tenha o trabalho de entender outra cultura ou tenha de ler legendas 🙂 ).
Qualquer dúvida ou comentário entrem em contato.
Att.
Sem duvida um filme extraordinário ja vi e recomendo,com muita ação do começo ao fim excelente.
parabens pelo blog 🙂
Valeu Otávio!
Excelente crítica ao cinema americano que só pensa em fatura com filme sem contextos históricos e que levam ao público a mediocridade.
Mais, o filme é realmente bom para uma sessão pipoca.
Valeu pelo post.