Última atualização em 28 de janeiro de 2015

Hoje em dia estes termos invadiram todos os meios de comunicação, lojas, TV, etc. HDTV, Blu-Ray, Tv Digital, Full HD, HD Ready, HDMI, etc. São tantas siglas e tantos termos técnicos que o usuário fica confuso na hora de escolher qual equipamento comprar, quais são as reais vantagens e se o preço realmente vale o investimento.

Hoje vamos tentar explicar de forma cronológica esta evolução do formato de vídeo e tirar as dúvidas mais comum dos leitores, como o que e quando comprar.

O inicio: TV

A TV colorida começou a funcionar em 1954 até os dias de hoje. No mundo tem vários sistemas de transmissão de cor (NTSC, PAL, PAL-N, PAL-M, PAL2, SECAM) sendo que o que nos interessa é o NTSC, que é o formato dos equipamentos americanos (de onde vem as coisas boas) e o PAL-M, sistema de televisão brasileiro.

A TV comum possui 525 linhas e desenha a cada 1/30 de segundo metade do quadro (numa passada ele desenha as linhas pares e na outra as linhas ímpares – na verdade é algo mais complexo, mais para entendimento vamos deixar assim). Isso foi feito assim porque a transmissão da TV tem limites de banda, e não teria velocidade suficiente para enviar o quadro inteiro de uma única vez.

Um vídeo cassete envia 250 linhas para a TV (resolução de 330×480 pixels).
A conexão entre o vídeo cassete e a TV eram via cabo coaxial (um cabinho com uma malha)

e nos mais modernos era via cabo RCA (um cabo amarelo para vídeo e dois cabos, um vermelho e um branco, para áudio no caso do equipamento estéreo ou um cabo branco para equipamentos mono).

O LD e o DVD

O Laser Disc e o DVD revolucionaram a tecnologia de vídeo caseira. Eles armazenavam o sinal em um disco ótico. O LD praticamente não existe mais e era analógico. Ele envia 420 linhas para a TV (resolução 560×480). O DVD é bem menor que o LD e tem resolução de 720×480. Para uma TV ele envia 500, ou seja, o limite de resolução de uma TV comum. Alguns DVDs tinham o esquema Progressive Scan (Varredura progressiva), que melhorava em muito a qualidade da imagem, reduz a cintilação e deixa as linhas menos perceptíveis. Este sistema ao invés de Enviar as linhas pares e depois as ímpares envia um quadro completo de uma única vez. Para este sistema funcionar além da TV ser compatível deve-se ter outro tipo de cabo para conexão, o cabo de vídeo componente (Verde, Azul e Vermelho) e áudio estéreo.

O DVD tem capacidade de até 8,5 Gb de armazenamento.

HD-DVD e Blu-Ray

São os sistemas que vão substituir o DVD no futuro. O HD-DVD não foi pra frente, restando somente o Blu-Ray. Ele tem capacidade maior, 50 Gb e por isso podem armazenar muito mais dados. O tamanho do quadro dele é bem maior e depende do disco usado. Pode ser 480i ou 480p (640 x 480 com a relação de 4:3 – tela de TV normal). O I significa entrelaçado, ou seja, o aparelha manda metade da imagem de cada vez p significa progressivo, ou seja o aparelho envia o quadro todo de uma vez. Também trabalha em 720p e 720i (1280×720 com a relação de 16:9 – tela widescreen) e 1080p e 1080i (1920×1080 – 16:9).  Às vezes também encontramos o formato 1440 x 1080, que altera um pouco a relação da tela.

Tabela de formatos:

(clique na imagem para ver  o tamanho real)

Quando se coloca um DVD comum nestes aparelhos eles tem que adaptar o formato 720×480 para algum destes, então o aparelho dobra as linhas e tenta melhorar a imagem num processo chamado upscaling.

É claro que estas resoluções não são aceitas pelas TVs comuns de hoje em dia no Brasil. Estes aparelhos só são compatíveis totalmente com as novas TVs de plasma, LCD, OLED e compatíveis que chegam a estas resoluções.

A conexão com estes equipamentos se dá através dos cabos RCA, Video Componente, VGA (DB-25 dos computadores) e HDMI (High-Definition Multimedia Interface), que transmitem o sinal em alta qualidade e sem compactação e são o que há de mais moderno em se falando de sistema de video caseiro.

TVs de alta definição, a salada de formatos e siglas

Agora que começa a embolação! Para confundir o consumidor muitas siglas foram inventadas para definir os mesmos produtos, mais vamos tentar esclarecer tudo aqui.

A TV de 525 linhas eo sistema de transmissão PAL-M estão sendo substituídos gradualmente. A trasmissão normal se dá em 330 linhas (440×480). Na TV digital o sinal poderá chegar a 1080 linhas (1920×1080) em formato digital e para isso deverá ser usada uma nova banda (UHF) e um receptor que sintonizará os canais.  A antena nova não será nada exageradamente caro,  uma antena de UHF serve muito bem. A sacada é saber direcionar a antena ao transmissor de forma correta para receber o sinal. Como ele é digital não tem meio termo: ou a emissora pega ou não (na TV convencional quando não estava muito bem sintonizada apareciam os “fantasmas”). O sinal entra no conversor digital (set-top box) e então é enviado para a TV. Note que alguns programas serão interativos, ou seja, o usuário vai interagir com a programação, e isso se dará por uma conexão entre a TV, o Set-Top Box, a internet ou o telefone.

Algumas TVS vêm com o conversor embutido. É um investimento que realmente vale a pena, pois além de reduzir um controle remoto e menos um aparelho na estante, 90% dos conversores digitais quando são desligados perdem a programação e tem que ser re-programados, além de serem bastante lentos na mudança de canais digitais.

Tipos de TV de alta definição (HDTV)

TV HD-Ready indica um aparelho que pode receber sinais digitais tanto 720p ou 720i. É fato que a maioria dos programas da TV digital brasileira serão feitos neste formato, porém para reproduzir os formatos de maior qualidade este aparelhos realizam uma conversão que também pode prejudicar a qualidade e nitidez da imagem.

Na verdade a TV com resolução mais baixa que poderá receber sinais digitais é a de 1280×768 por isso se você comprou no entusiasmo uma de 1024×768 saiba que ela só servirá para ver as imagens do computador, dando uma perda de qualidade quando vista com os sinais da TV digital.

A maioria das TVs vendidas no Brasil tem 32 polegadas e resolução de 1366x768p (ideais, pois 1280×768 é o mínimo exigido pelo padrão oficial de TV de alta definição HDTV) e são relativamente baratas o que as torna acessíveis e bem interessantes.

Também temos as TVs tops de linha, as Full HD (1080p) capazes de exibir com perfeição os sinais em full HD e que tem o preço bem mais alto (em alguns casos quase 3 vezes mais que uma HD Ready do mesmo tamanho).

HD Ready ou Full HD?

Muitos leitores estão nesta dúvida: compro uma HD Ready com a tela grande ou um Full HD? Hoje em dia no Brasil a diferença de preço é bem grande e o usuário fica no impasse sobre em que investir. Vamos aos fatos:

Se você vai comprar a TV hoje, pra ver programação de TV aberta e num futuro próximo a digital, usar como monitor do PC, ver DVDs e jogar videogames de ultima geração uma boa pedida e uma HD Ready, pois e metade do preço da Full HD. De todos os jogos que peguei até hoje do Playstation 3 nenhum chegou a 1080p nativos, a maioria mostra só 720p. Se você tentar ver a diferença entre uma e outra na prática só chegando bem perto do monitor.

Agora, se pretende comprar a TV daqui a um ou dois anos (aproveitando o barateamento da tecnologia), se tiver várias fontes HD em casa como um drive de Blu-Ray, Playstation 3, etc ou se for entusiasta de tecnologia, sem dúvida pegue uma Full HD para desfrutar da alta resolução em sua totalidade.

Plasma, LCD ou OLED?

As TVs de alta definição são produzidas com várias tecnologias, sendo estas 3 as mais famosas. Na prática a OLED pois é mais eficiente tem mais benefícios, mais é uma tecnologia extremamente cara.

Vamos dar uma olhada por alto nas vantagens e desvantagens das tecnologias:

Plasma

A TV de plasma funciona com minitubos de vidro cheio de gases que quando recebem eletricidade acendem, como lâmpadas. Quando o fósforo do tubo acende passam do sólido para um estado da matéria chamado plasma.  A vantagem mais óbvia da TV de plasma é que o preto é real já que é só desligar um pixel para conseguir esta cor. As cores e o contraste sõ bastante intensos, só que como o sistema é montado em vidro há uma grande reflexão, atrapalhando um pouco a visualização da tela.

Um dos problemas que é apontado como mais grave das primeiras TV de plasma praticamente não existe mais que seria a fixação da imagem nos pixels. Isso na verdade acontece tanto com a de plasma como com a de LCD se forem exibidas imagens estáticas por meses a fio (vejam os telões em estações de trem e metrô que “fixam” os quadrados onde são exibidas a hora e partida das composições).

Outro problema abolido seria a útil dos aparelho.  Hoje, uma TV de plasma dura praticamente a mesma coisa que uma LCD, chegando à 60.000 horas de uso ou mais, o que dá mais ou menos 15 anos de uso regular.

LCD

A base da tecnologia LCD é o cristal líquido, idêntico aos celulares e relógios modernos. A tela com os pixels é iluminada por trás e os pixels de cristal vermelho, verde ou azul ficam transparentes ou opacos de acordo com a cor a ser mostrada.

A luz nunca apaga, e por isso o preto não é real, embora com algumas técnicas os engenheiros estão cada vez mais próximos do preto em 100%.

Uma vantagem do LCD é a tela não reflexiva, que pode ser vista mesmo a céu aberto sem interferência das luzes do dia.

Os problemas do LCD são estes, primeiro o preto, e segundo é o efeito “motion blur” em que cenas de velocidade ficam meio borradas perdendo a nitidez.  Para contornar este problema os engenheiros estão tentando aumentar a velocidade de resposta do cristal líquido com novos componentes e chegaram a velocidades aceitáveis de intervalo de resposta na casa 2ms. Algumas até dobraram a freqüência de atualização de 60 para 120Hz (a sony já tem um protótipo de 200 Hz).

Outra coisa que deixa os usuários irritados é o ângulo de visão da TV. Quanto mais você fica na diagonal da tela mais as cores distorcem e ficam estranhas (por causa de como vemos os mosaicos coloridos).  Quanto mais moderna a televisão menos este efeito e notado.

OLED

Ela é uma mistura das duas tecnologias e pega as  vantagens das duas e nenhuma das desvantagens delas.

OLED quer dizer Organic light-Emmiting Diode (diodo emissor de luz orgânico). Ela funciona através de microleds que acendem em cada pixel de acordo com a cor pretendida (LED é aquela Luisinha que indica aparelhos em standby). Não há luz de retaguarda pois os led emitem uma luz bastante forte e com isso, as telas OLED podem ser bem finas.

Como a luz pode ser apagada o preto é 100% e o branco 100% também pois a iluminação de cada pixel e individual, gerando uma gama de cores incríveis.

Isso também gera menos gastos de energia, proporcionando um aparelho bastante econômico e prático.

A desvantagem é clara, a tecnologia por ser nova é bastante cara mais com o tempo o preço tende a diminuir, ainda mais agora que ela vai ser adotada nas telas dos celulares. Outra desvantagem é o tamanho da tela, que quanto maior fica mais frágil se torna.

Vamos a conclusão sobre as TVs:

Se está com grana sobrando: OLED sem dúvida.

Se você tem em casa um ambiente controlado só para ver filmes (uma sala de Home Theater) escuro, sem janelas e nem luz direta ou com cortinas pesadas compre a de Plasma pois ela além de mais barata é melhor para cenas de ação e oferece telões de dezenas de polegadas a preços bem convidativos.

Se sua sala é iluminada pelo sol ou por luz direta, e vai usar o aparelho para tudo (TV, filmes, Vídeo Games) compre a de LCD pois as cores são mais fortes, idéias para desenho animado e o estilo cartoon dos videogames e não vão variar conforme a luz ambiente, sem contar que a tela é menos reflexiva, só tome cuidado com a disposição das poltronas para quem vai assistir pois o ângulo de visão da tela é um pouco limitado.

Em relação a Alta definição, HD Ready ou Full HD já fiz lá em cima, mais para não esquecer:  na prática compre a HD Ready se não dispor de recursos sobrando porque o conteúdo em 1080p hoje em dia é bem limitado e não há uma diferença bem visível entre uma e outra. Futuramente sairão boas novidades e será bem mais em conta comprar uma nova e deixar esta para o quarto das crianças.  E se possível compre com o sintonizador digital já incorporado, este sim vale o investimento.

Acho que é isso, tentei dar uma visão geral dos termos existentes no mercado, mais como é muita coisa que deixaria a leitura extremamente técnica prefiro deixar assim: se o leitor tiver dúvidas deixe aqui que nós e os leitores mais especializados no assunto tentaremos ajudar ao máximo.

Fiquem a vontade para comentar.

Att.